26 de mar. de 2010

Cubo

Cube. Canadá, 1997, 90 minutos. Suspense / Terror.
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Cubo é um filme que causou arrepios na época em que foi lançado. Acredito que ele tenha sido o responsável pelos vários títulos recentes que tem como principal ponto a reunião de vários tipos diferentes que estão, de algum modo, à espera da morte. Muitos podem discordar de mim, mas realmente penso que esse filme seja o precursor de produções como Aprisionados e até mesmo Jogos Mortais.

Tal como nos outros filmes que citei, várias pessoas estão sujeitas às brincadeiras de uma pessoa a princípio desconhecida. A situação não somente parece estranha, como também se revela extremamente sádica e brutal. Ao acordarem em salas em forma de cubo, cinco pessoas acabam reunidas e descobrem que em cada nova sala que entrarem podem viver ou morrer. O jogo se revela ainda mais sádico quando eles se dão conta de que a sobrevivência depende de enigmas matemáticos que estão dispostos à entrada de cada nova sala. Juntos, eles tentam caminhar pelo cubo labiríntico e, sem água e sem comida, estão dispostos a tudo para chegar à saída.

Primeiro, farei a comparação entre esse e outros filmes. Lançado há 12 anos, fica óbvio que foi Cubo o filme que trouxe originalidade a esse tipo de suspense. A reunião dos personagens se tornou típíca anos mais tarde. Tanto em Aprisionados quanto na primeira sequência de Jogos Mortais, o grupo reunido é composto por bandidos, policiais, um rico, um bem pobre, a mulher bondosa, o cara que a princípio é legal, mas que aos poucos se descontrola, etc. Como fui vê-lo bem depois de assistir a esses outros títulos, fiquei pouquíssimos impressionado, afinal já havia visto tudo exatamente dessa maneira várias outras vezes. Mas o elogio quanto à originalidade, logicamente, cabe a Cubo. Se o roteiro acerta ao trazer inovação, falha ao apresentação a explicação para a existência daquele lugar pra lá de estranho, que deve ocupar uma área imensa! Da maneira como a explicação é concebida, temos a impressão de que aquela estrutura toda foi construída para nada e, para que não fosse de fato inútil, começaram a colocar pessoas lá dentro, a fim de vê-las resolvendo charadas. A presença de uma estudante de matemática me deixou em dúvida quanto à intenção do roteiro: ela foi escolhida ao acaso ou estava ali para fazê-los chegar ao final do jogo? Se foi o primeiro caso, então o roteiro decai ainda mais, porque realmente não gosto de situações que se embasem em coincidências e não na capacidade dos próprios personagens. Caso seja o segundo caso, fica um pouco mais aceitável, mas mesmo assim não é tão legal. Acredito que seria bem mais interessante se as charadas matemáticas não fossem tão objetivas; seria bem mais legal se em vez de resoluções objetivas. Achei realmente meio bobinha o fato de os números primos determinarem se há ou não armadilhas.

Os atores, todos desconhecidos, não me surpreenderam em suas atuações. Eles não são ruins, mas não nos convencem totalmente de que estão desesperados para sair dali. Embora tenham alguns bons momentos, na maior parte do filme eles estão apenas medianos, o que não nos impressiona, afinal o elemento de maior expressão deveria ser a história deles e consequentemente o que acontece com eles. Os acontecimentos, há dois bem interessantes: logo no início, ao entrar num novo cubo, um homem é dilacerado por uma cerca de arame (semelhante à cena dos raios laseres de Resident Evil) e posteriormente quando um rapaz é atingido por ácidos no rosto, que se decompõe, deixando um rombo imenso na cara dele. Quanto à primeira que citei, ela é dispensável e não acrescenta absolutamente nada à estória, porém, ainda assim, é interessante para vermos o quão destrutivo o cubo pode ser.

Eu recomendo o filme, porque, mesmo não se tratando de nenhuma obra-prima, consegue entreter a quem o confere. Vê-lo pode ser interessante se você estiver sozinho, no escuro, em completo silêncio e totalmente focado na tela. Se estiver com alguém, talvez seja bacana também... entrar no clima, às vezes, é mais fácil quando a pessoa ao seu lado parece estar com medo. Não posso me esquecer de dar os devidos créditos à pessoa que me instigou a assistir ao filme: Monique, lá do cursinho. Obrigado!

Luís

2 opiniões:

joyce Pretah disse...

desculpe-me,odeio comentar atrasado...

mas preciso parabenizar o maravilhoso post sobre calígula

maravilhooso por não ser mais um a defender a ideia de que o filme é pornô....

é somente um filme direto,real,impactante....

infelizmente é daqueles tipo ''ame'' ou ''odeie''....mas merece sim ser visto^^

ammmmmmei o post^^

bjbj

Marcelo Augusto disse...

Cubo se confere como um verdadeiro filme de caustrofobia, se mnte original e configura ao terror a sensaçao certa de agonia. Otimo texto, concordo com a conclusao.

Abraços!