23 de jan. de 2011

Gia - Fama e Destruição

Gia. EUA, 1998, 119 minutos, drama. Diretor: Michael Cristofer.
Nesse premiado filme feito para a TV, somos apresentados a um excelente trabalho cinematográfico que nos conta a história de Gia, uma das modelos mais famosas da história, brilhantemente interpretada por Angelina Jolie.

Angelina Jolie é conhecida por suas ações excêntricas e seu comportamento muito diferente das atrizes-barbie que há em Hollywood. Em Gia, ela teve a oportunidade de mostrar o quão boa ela pode ser num papel dramático e que ao mesmo tempo tem muito a ver com ela. Na minha opinião, Gia é o filme no qual Jolie possui melhor desempenho, superando até mesmo os indicados ao Oscar Garota, Interrompida e A Troca, sendo que pelo primeiro ela ganhou.

Gia Maria Carangi foi a primeira supermodelo estadunidense. De desconhecida, tornou-se um nome famoso rapidamente, estampando capas de revistas, sendo contratada para muitos trabalhos. Simultaneamente, envolve-se com Linda, que, por conflitos pessoais, não pode assumir o relacionamento. Há o foco também na decadência da carreira da modelo, que, compulsiva no uso de drogas injetáveis, começa a se tornar uma personalidade difícil de lidar.

Gia não é um super filme, mas certamente é muito bom como biografia, sendo, na minha opinião, muito superior a muitos filmes lançados, como Johnny e June, Frida, etc. Tenho, sobretudo, que elogiar o excelente trabalho de Angelina Jolie, porque ela é a alma do filme. Duvido que outra atriz personificaria Gia Carangi da mesma maneira que a atriz fez. Vale ressaltar que a personagem é muito difícil e não é apenas necessário estudar o comportamento da modelo, mas também vestir a personalidade dele. Jolie teve que se tornar Gia e não somente interpretá-la. E a atriz fez com extrema eficiência o seu trabalho e nada me resta senão parabenizá-la totalmente por aquilo que ela nos mostra. O cuidado em cena é fantástico: os olhares penetrantes, a maneira como anda, como seduz Linda e como, paralelamente, seduz todo mundo ao seu redor - inclusive o espectador. Entregue totalmente à personagem, Jolie não tem medo de ficar sem roupa e acabamos vendo uma das cenas mais bonitas de nudez, que é quando o fotógrafo tirar fotos de Gia e Linda nuas, separadas por uma tela. Essa foto, aliás, pode ser vista aqui. Elizabeth Mitchell, que ficaria bem mais famosa por viver a (adorada) Juliet, de LOST, participa do filme, como Linda, a paixão de Gia. O entrosamento entre as atrizes é muito bonito e podemos perceber que elas estava à vontade em cena, embora Juliet fique muito aquém de Jolie, principalmente nas cenas mais dramáticas. A Linda do filme parece bem mais bonita do que a mulher real, mas acredito que não poderão ver isso na foto acima, pois ela somente permite ver o dorso da verdadeira Linda. Kylie Travis estorva o desempenho de outras atrizes, interpretando a mãe de Gia: se sua importância na trama é grande, não se pode dizer o mesmo de sua atuação.

O roteiro é dividido mais ou menos assim: meia hora para mostrar a ascensão de Gia e uma hora e meia para mostrar a destruição. Embora haja desequilíbrio da teoria, na prática funciona bem e não nos sentimos incomodados com isso, porque a parte realmente interessante está em sua decadência, que, apesar de lenta e gradual, sempre foi evitada a qualquer custo. A eficiência da direção fez com que o filme não se tornasse um documentário sobre a tragédia. Os depoimentos dos atores ao longo do filme são interessantes, pois dão uma credibilidade maior aos personagens que eles interpretam. O diretor conseguiu captar bons ângulos e pôde mostrar a instabilidade de Gia com grande eficácia. Trilha sonora, cenários, maquiagem, são elementos muito bem utilizados e vale ressaltar que o prólogo - que na verdade é um trecho do epílogo - é muito bonito, incentivando o espectador a continuar vendo.

Gia - Fama e Destruição é uma obra que merece ser vista, principalmente pelo ótimo desempenho de Angelina Jolie, que facilmente teria recebido uma indicação se o filme fosse feito para os cinemas e não para a TV. Possível que muitos concordem comigo que essa é uma das melhores cinebiografias já feitas.

4 opiniões:

Alan Raspante disse...

Lembro-me de ter assistido o filme duas vezes no mesmo dia de tão impressionado com a Jolie,rs

Com certeza, é a melhor atuação de Angelina e claro, uma excelente biografia.

[]s

Unknown disse...

Oi, gostei do seu blog. Eu tb não sou de festa e tb sou formado em LETRAS, ninguém é perfeito. kkkkkkkkkkk
Tô com uma tese pro mestrado de literatura e cinema. Curti seu blog, vou indicar ele no meu para os meus alunos.
Se for possível, confere lá tb: www.uziporai.blogspot.com

Também faço umas análises de filmes e séries, mas focado para os meus alunos. rssrrs
Abraços. Vou seguir o seu. Curti.

Hugo disse...

É um bom filme que vale pela presença de Jolie num papel polêmico.

A história vale como exemplo de uma vida desperdiçada.

Abraço

Jean Douglas disse...

Eu não poderia deixar de comentar a respeito de GIA!

Assisti este filme há um bom tempo e o que me levou a assistí-lo foi a linda imagem de Angelina Jolie na capa. Não vou negar! E como em todo drama que ela faz, mais uma vez me surpreendi com sua belíssima atuação. Devo dizer que prefiro vê-la em gêneros dramáticos a filmes de ação, que é como a vemos normalmente.

Eu nunca tinha ouvido falar da modelo em que Angelina interpreta, apesar da época em questão. Mas o cinema está aí para isso. Para nos mostrar fatos e situações que nos rodeiam. Achei tudo perfeito! A escolha das atrizes, a fotografia, o tom maduro da trama, os diálogos. E falando em diálogos, adoro a parte em que Gia e Linda têm uma conversa emocionante em seu apartamento.

Enfim... adorei o filme, recomendo e inclusive devo assistí-lo de novo por esses dias. Afinal, um filme dessa magnitude deve ser revisto sempre!

Um forte abraço e por mais que não pareça, estou sempre por aqui. :)